Venho acompanhando muitos seriados, e não sei se é devido a isso, mas tenho tido sonhos extremamente reais; muitos deles contam histórias e até que fazem sentido. Para quem dá uma palhinha de escritor isso até que é favorável. Talvez eu devesse partir para a área da ficção, um dia.
Sou uma pessoa que gosta de ir contra a correnteza, às vezes nem é porque concordo com o modo de pensar que estou defendendo, é só para causar algum atrito e movimentar um pouco as coisas. Geralmente essas minhas brincadeirinhas saem do controle e acabam pegando mal? Sim, mas é com o desconforto que toda mudança essencial foi feita.
Aqueles que têm a capacidade de gerar reações negativas quase sempre são o gatilho necessário para o progresso, e isso é fascinante.
Eu nunca fui de assistir filmes, muito menos acompanhar sagas ou seriados, mas de um tempo para cá venho maratonando várias.
Notei um padrão nos programas que eu escolhia; todos tinham alguma mensagem além do que realmente passava no episódio. Mesmo quando criança, buscava encontrar sentido nas coisas, e quase sempre de uma forma boa, independente de quão ruim fosse a situação. Eu pensava que, de alguma forma, se eu buscasse uma explicação, eu a encontraria. Vários anos se passaram e nenhuma foi encontrada, e talvez essa seja a magia na vida.
Desde Nostradamus até a leitora de mãos ignorada na calçada, muitos tentam prever o futuro, mas no final das contas, todos sabemos o que nos espera, e nós mesmos somos os juízes de crimes que não queremos pagar a pena, então buscamos meios de nos entorpecer e dizer que está tudo bem.
Já me pregaram muitas coisas, condenado por crimes que não cometi e hoje em dia carrego um peso injusto, que aos poucos vou me libertando. As correntes que me prenderam hoje são minhas armas, e são aqueles que me prenderam que me motivaram a transmitir estas mensagens. Não foram suas maldições e nem previsões que me colocaram onde estou. Com sinceridade e sendo eu mesmo pude alcançar pessoas que jamais acreditei que saberiam da minha existência.
É bom saber que existimos, e por um bem maior. Saber que não é sobre o que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós.
Este é o último texto de 2020, e aposto que muitos estão ansiosos para 2021. “Novo ano; Novo eu”, mas esquecemos que o tempo é relativo e o que usamos para nos localizar são apenas números. Nada vai mudar se não mudarmos primeiro. Me perguntam se 2021 vai ser melhor, e eu respondo com outra pergunta:
O que fizemos para contribuir para que ele melhorasse? Será que realmente somos dignos de uma salvação?
Se olhar no fundo do seu coração, acredito que terá a resposta que procura.
Até lá, que tenham uma divertida e segura virada de ano. E, como sempre, fiquem vivos.