Quero muito agradecer aos profissionais da Enfermagem verdadeiros heróis, que abrem mão de suas vidas para cuidarem do próximo, Deus abençoe muito a todos, e seus familiares, aproveito para expressar minha Gratidão ao Dr. Gemur e toda sua equipe, por tanto carinho e profissionalismo a mim dedicado. Marô Viana
Os 201 anos de Florence Nightingale, a mãe da enfermagem moderna
Comemorado em 12 de maio, o Dia Internacional da Enfermagem faz uma justa homenagem a mulher que revolucionou a profissão
· Você sabe por que o 12 de maio marca o Dia Internacional da Enfermagem? Em homenagem à Florence Nightingale (1820-1910), nascida neste mesmo dia, há exatos 200 anos. Essa mulher britânica é tão importante para a história de sua profissão que, em toda formatura ou colação de grau do curso de enfermagem, alunos do mundo inteiro repetem um juramento escrito por ela:
· “Juro, livre e solenemente, dedicar minha vida profissional a serviço da pessoa humana, exercendo a enfermagem com consciência e dedicação; guardar sem desfalecimento os segredos que me forem confiados, respeitando a vida desde a concepção até a morte; não participar voluntariamente de atos que coloquem em risco a integridade física ou psíquica do ser humano; manter e elevar os ideais de minha profissão, obedecendo aos preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições.”
· Esse texto resume muito bem até os dias de hoje as bases da enfermagem: cuidar da vida humana desde a concepção até a morte. Os enfermeiros são verdadeiros heróis, que muitas vezes colocam em risco sua própria saúde para garantir que seus pacientes fiquem bem. Isso, aliás, torna-se ainda mais claro em tempos de pandemia, quando o novo coronavírus exige uma dose extra de trabalho e dedicação desses profissionais de saúde.
· E essa história valorosa começou justamente com Florence: nascida no início do século 19 em Florença, numa região que hoje pertence à Itália, ela logo mostrou à sua família que não iria se satisfazer com o papel de esposa ou dona de casa. Indignada com o tratamento oferecido aos mais pobres no Reino Unido, foi uma das vozes mais famosas na busca por melhores condições de vida na época.
· Aos 20 e poucos anos, ela fez treinamentos e visitas a hospitais de Alemanha, Irlanda, Escócia e França para desenvolver sua vocação: cuidar dos enfermos em hospitais e asilos. Nesses países, aprendeu a importância do ar fresco e da luz para a melhora dos pacientes. Também descobriu como a higiene é essencial e foi uma das primeiras adeptas da lavagem de mãos e da limpeza de objetos — recomendações que, diga-se, continuam em alta, como pode ser visto nas campanhas de combate à Covid-19.
· Florence também teve um papel de destaque durante a Guerra da Crimeia, que se desenrolou entre 1853 e 1856 no leste da Europa. Em 1854, partiu em direção a Scutari, região da atual Turquia, para dar suporte aos feridos ao lado de outras dezenas de enfermeiras voluntárias, todas treinadas por ela.
· E foi ali que o conhecimento da enfermeira fez toda a diferença: com aquelas práticas básicas de priorizar a circulação do ar, a exposição ao sol e a higiene, Florence conseguiu derrubar a mortalidade entre os soldados britânico. Antes de suas intervenções, 42% morriam nos leitos. Depois, essa taxa caiu para incríveis 2,2%.
· Ela é considerada a pioneira da enfermagem justamente por isso: em outros conflitos ao longo da história, já existiam hospitais de campanha. Mas eles tinham condições péssimas e as pessoas que trabalhavam ali como ajudantes dos médicos não tinham formação alguma na área. Florence Nightingale foi a primeira a estruturar um serviço baseado na evidência científica da época, o que trouxe resultados impressionantes.
· A preocupação em aplicar e produzir conhecimento, aliás, é outra grande contribuição dela para a ciência moderna. Curiosa por natureza, Florence tinha grande apreço por números e estatísticas. Ela tabulou dados e informações de muitos pacientes e foi pioneira no uso de gráficos na área da saúde. Isso não apenas facilitou a compreensão de tais medidas e tratamentos, como ajudou a comprovar a sua eficácia numa época em que nem se sabia da existência de vírus e bactérias.
De volta ao lar
Durante a Guerra da Crimeia, a pioneira contraiu uma doença infecciosa (provavelmente brucelose ou febre tifóide). Quando retornou para casa, não tinha mais condições de permanecer no dia a dia de hospitais. Mesmo assim, Florence continuou a trabalhar: ela produziu um relatório de quase 900 páginas, sistematizando todo o conhecimento que obteve durante o confronto. Esse foi apenas um de dezenas de livros e artigos que escreveu ao longo das décadas.
Ainda acamada, ela também desenvolveu em 1859 o projeto do que viria a se tornar a Escola de Enfermagem do Hospital St. Thomas, em Londres. A instituição existe até hoje como parte do King’s College London, uma das principais universidades do Reino Unido. O hospital, aliás, fez uma homenagem a ela no ano passado em 11 de maio, com uma projeção na sua parede de entrada.